Há esperança para os mamutes. Uma equipa de investigação japonesa conseguiu clonar ratinhos a partir de animais congelados há 16 anos, a 20 graus negativos. A descoberta foi publicada na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS). Depois da clonagem da ovelha Dolly, em 1996, vários animais, como vacas, cães e ratinhos têm sido clonados. A técnica passa pela utilização de um núcleo de uma célula viva (que contém o ADN do animal), que é introduzido num óvulo sem núcleo. Através de um estímulo eléctrico ou químico, a célula começa a dividir-se e desenvolve-se um animal com as mesmas características genéticas que tinha o dador do núcleo. Há uma série de barreiras que dificultam a clonagem a partir de células congeladas — a grande esperança para reavivarmos animais pré-históricos de espécies extintas, mas que foram preservados nos gelos de glaciares, como os mamutes. Os cristais de gelo perfuram as membranas das células, e estragam o ADN, impedindo a clonagem. Em 2001, uma equipa australiana já tinha conseguido clonar um porco a partir de células congeladas há dois anos. Mas agora, a equipa japonesa do Centro para o Desenvolvimento da Biologia de Kobe deu um passo em frente. Usou o núcleo das células do cérebro de um ratinho congelado há 16 anos, e conseguiu produzir doze clones saudáveis. A equipa, liderada por Teruhiko Wakayama, investigou o estado dos núcleos de células de vários tecidos e concluiu que as células do cérebro estavam em melhor estado. Depois, fizeram a partir dos seus núcleos culturas de células estaminais, que têm capacidade para se diferenciarem em vários tecidos. Finalmente, utilizaram os núcleos destas células estaminais para criarem os clones. Embora não saibam quais as células específicas do cérebro que deram origem aos clones, os cientistas pensam que tinham características que permitiam que o seu ADN resistisse melhor à congelação. Ainda não é possível clonar mamutes, mas estas descobertas são promissoras também para tentar salvar espécies em vias de extinção através da conservação de tecidos. (http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1348808)